segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Capotes. É de homem

Os capotes de Miguel Amaral Vieira
O Burel é um tecido artesanal português, de origem serrana, feito totalmente de lã. É lá no cimo, no ponto mais alto de Portugal, que começa a história desta peça de roupa única e original: o capote. O burel, de que é feito o capote da Serra da Estrela, é um tecido artesanal português, de origem serrana, feito totalmente de lã. Trata-se de um tecido muito resistente e versátil usado em capas e casacos para os dias de chuva, neve e frio na montanha. E a montanha não pariu um rato, pelo menos desta vez. O capote desceu à cidade. Ressuscitado pelas competentíssimas mãos de artesãs, modernizou-se e tornou-se moda. Em primeiro lugar para as senhoras, em segundo lugar para os homens. O capote chega assim à moda de homem. O Grupo de Artesãs de Arões deu-os a conhecer ao resto do mundo em 2013, e desde então não pararam. Em Lisboa, Miguel Amaral Vieira, 31 anos, autor do blogue Beyond Fabric lançou uma colecção só para homens. Trocou a pele de raposa, na gola, pela de borrego, e vende-os a 670€. Caro? É uma peça para a vida.
Os capotes não são exclusivos da Serra da Estrela. Também os há no Alentejo. Os capotes alentejanos. Que o digam Delfina Marques e Florbela Nunes. Criadores do Capote"s Emotion, pretendem valorizar o que de melhor se fez e faz na moda alentejana. Diferentes do burel serrano, os capotes alentejanos embora resistentes e quentes, são muito mais leves. A Capote"s Emotion tem vindo a introduzir várias alterações e muda as cores a cada colecção, reinterpretando o capote alentejano, e trazendo-o para os dias de hoje.
Os capotes da Capote"s Emotion
De volta ao frio da Serra da Estrela, a Ecolã também fabrica capotes de burel. Trata-se de um empresa familiar, apostada em fazer tudo bem e em fazer ecologicamente, respeitando a tradição, o ambiente e as pessoas. Aposta em modelos intemporais e cores clássicas, e as inovações que introduz são mais ao nível da usabilidade.
Agora que o frio chegou à cidade, nada melhor do que vestir como quem sabe do assunto, as pessoas que mais de perto convivem com ele, seja ele o frio húmido da montanha ou o frio cortante da planície alentejana. Tudo português. Porque é o que é português nunca saiu de moda. A moda masculina agradece. Dixit.

Sem comentários:

Enviar um comentário