Camisolas feias de Natal

20,79 €, na Pull&Bear

Longe vão os tempos em que as camisolas de Natal eram vistas como feias e antiquadas. Esperem. As camisolas de Natal continuam a ser vistas como feias e antiquadas, e é por isso que gostamos delas. Aliás, quanto mais feias e antiquadas melhor. Camisola de Natal que é camisola de Natal é grossa, assenta mal, tem padrões ou desenhos de gosto duvidoso e parece ter sido bordada por uma tia-avó meio cega, que não se lembra bem da idade dos parentes, e que julga que os adultos ainda são crianças. São assim as camisolas de Natal. Feias como tudo. No Natal, o que é feio é trendy, até na moda masculina. Portanto, façam favor de escolher o exemplar mais berrante e patético para vestir no almoço de Natal, enquanto saboreiam o saboroso perú. Onde comprar camisolas de Natal feias? Uma pesquisa por "ugly xmas sweater" devolve-nos um mundo de feiura. Recomendo as da Ugly Christmas Sweater, porque são particularmente parvas. A Pull&Bear também tem, mas bem mais contidas.

Tudo Ugly Christmas Sweater

Na Primark, com paciência, também se encontra qualquer coisita.

12€, na Primark

É um sapato português, com certeza!

É, com certeza, um sapato português. O nome diz-se em inglês, mas o sangue canta português. Chama-se Undandy e nasceu em São João da Madeira, capital do calçado. São inspirados inspirados no estilo "dandy", estilo que define os cavalheiros bem educados e que gostam de se vestir bem. Tratam-se de sapatos altamente personalizáveis, oferecendo cerca de 156 mil milhões de combinações possíveis. Biqueira, cor, material, atacadores, costuras e solas dos sapatos, tudo é personalizável. Para encomendar, basta entrar na loja on line, escolher o modelo e personalizar, e esperar pelo correio cerca de duas semanas.  O preço? 220€ no caso dos sapatos clássicos e 145€ no caso dos ténis.Os sapatos com um acabamento lustroso podem chegar aos 280€. A Undandy já vendeu para 20 países, sendo o Reino Unido o seu maior cliente. Of course. Para já, os sapatos da Undandy calçam apenas homens - de gosto refinado, claro. A moda masculina agradece. As mulheres virão depois. Ou não.

Barba, Natal e purpurina

Já falamos muito sobre barba, não foi? Já. Já dissemos que era moda e tudo o resto. Daqui a uns tempos - e não faltará muito -, diremos que está out. É a moda, estúpido. Enquanto continuar a dar de caras na moda masculina, porque não aproveitá-la para decorar como se fosse uma árvore de Natal? Sim? Boa? Já muita gente o pensou. Uma pesquisa por #glitterbeard devolve-nos o que à rede foi parar. Barbas brilhantes e enfeitadas para o Natal. Brilhantes e purpurinas a dançar na cara. Que mais irão inventar? E não, não creio que isto seja moda.Ou é? Sei lá.

Capotes. É de homem

Os capotes de Miguel Amaral Vieira

O Burel é um tecido artesanal português, de origem serrana, feito totalmente de lã. É lá no cimo, no ponto mais alto de Portugal, que começa a história desta peça de roupa única e original: o capote. O burel, de que é feito o capote da Serra da Estrela, é um tecido artesanal português, de origem serrana, feito totalmente de lã. Trata-se de um tecido muito resistente e versátil usado em capas e casacos para os dias de chuva, neve e frio na montanha. E a montanha não pariu um rato, pelo menos desta vez. O capote desceu à cidade. Ressuscitado pelas competentíssimas mãos de artesãs, modernizou-se e tornou-se moda. Em primeiro lugar para as senhoras, em segundo lugar para os homens. O capote chega assim à moda de homem. O Grupo de Artesãs de Arões deu-os a conhecer ao resto do mundo em 2013, e desde então não pararam. Em Lisboa, Miguel Amaral Vieira, 31 anos, autor do blogue Beyond Fabric lançou uma colecção só para homens. Trocou a pele de raposa, na gola, pela de borrego, e vende-os a 670€. Caro? É uma peça para a vida.
Os capotes não são exclusivos da Serra da Estrela. Também os há no Alentejo. Os capotes alentejanos. Que o digam Delfina Marques e Florbela Nunes. Criadores do Capote"s Emotion, pretendem valorizar o que de melhor se fez e faz na moda alentejana. Diferentes do burel serrano, os capotes alentejanos embora resistentes e quentes, são muito mais leves. A Capote"s Emotion tem vindo a introduzir várias alterações e muda as cores a cada colecção, reinterpretando o capote alentejano, e trazendo-o para os dias de hoje.

Os capotes da Capote"s Emotion

De volta ao frio da Serra da Estrela, a Ecolã também fabrica capotes de burel. Trata-se de um empresa familiar, apostada em fazer tudo bem e em fazer ecologicamente, respeitando a tradição, o ambiente e as pessoas. Aposta em modelos intemporais e cores clássicas, e as inovações que introduz são mais ao nível da usabilidade.
Agora que o frio chegou à cidade, nada melhor do que vestir como quem sabe do assunto, as pessoas que mais de perto convivem com ele, seja ele o frio húmido da montanha ou o frio cortante da planície alentejana. Tudo português. Porque é o que é português nunca saiu de moda. A moda masculina agradece. Dixit.

A barba de um homem - crescer e manter

A barba surgiu com toda a violência nos últimos anos, plantando pêlos nas caras masculinas como não se via desde o tempo dos discípulos de Jesus. Uns anitos, portanto. Em termos cósmicos, é um nada. Símbolo tradicional de masculinidade, a barba cheia resgatada aos lenhadores e leva de arrasto uma camisa flanela e gangas gastas. Todavia, nem sempre a barba cheia é a melhor solução. Nem todos temos as feições de Jesus Cristo. A genética é tramadíssima, e mais do que contrariá-la, devemos tirar partido do que ela tem de melhor. Optemos pela versão que melhor nos cai na cara. Uma barbicha rara de dias, um bigode, um corte clássico e contido - as variantes são muitas.
Deixar crescer a barba é um projecto que leva algum tempo. Precisamos de algumas semanas para que os pêlos se tornem respeitáveis e para que as feições acomodem a nova pilosidade. O melhor é começar do zero. Desfaça-se bem a barba e aguarde-se pacientemente. Os primeiro dias podem ser duros. Comichão e vergonha são os maiores inimigos. Devemos vencê-los com paciência e algum carinho. Um creme hidratante pode ajudar, tal como ajuda algum incentivo. Durante estes dias, fujam dos vossos amigos mais irónicos - podem levar-vos a desistir num minuto. (Aliás, fujam sempre dos vossos amigos irónicos, excepto nos dias em que sabem ter resmas de paciência para os aturar.) Depois de ela estar crescida, é altura de decidirem o que dela querem. É importante ter um aparador. Para os mais inseguros, mantenham uma barbearia por perto. Deixem um pouco mais curto no pescoço e nas bochechas. Tenham cuidado com a linha dos lábios, mantenham-na limpa de pêlos. Não é bonito e é horrível quando chega a hora das refeições e tudo se agarra. Mantenham a barba limpa e em ordem. Um jeito de 15 em 15 dias é capaz de ser o suficiente. Com um aparador, não é preciso mais. Usem os vossos produtos para o cabelo. Só isso. As barbas mais compridas também precisam de ser penteadas. O amaciador para o cabelo pode também ajudar. Eis tudo. Agora é só manter. Roupa adequada para homens com barba? A mesma de sempre. Ninguém precisa de comprar roupa nova apenas porque deixou crescer a barba. Obviamente que não.

4 hábitos de homens bem vestidos

No fundo, no fundo, não é assim tão difícil andar bem vestido. Não é preciso andar sempre a comprar pecinhas nem a folhear revistas de moda. Nem ler este blog. Pronto, ler este blog talvez não seja má ideia. Também não é preciso perguntar à namorada ou à mulher o que vestir. Não é. A sério. Aliás, fazê-lo está fora de moda. Digo eu. Surpreende. Atreve-te. Com alguns cuidados a coisa vai lá. A moda masculina não é um bicho de sete cabeças, e andar bem vestido é muito mais simples do que parece. Essencial, essencial, é andar limpinho. O resto aparece. Mas aqui ficam umas ideias para que a coisa corra bem.

1. Keep it simple
Quer isto dizer, deixa-te de merdas. Basta manter as coisas simples para correr bem. Perguntem ao James Dean, ele vos dirá. Melhor, agora não adianta perguntar, que ele já foi. Caput. Peças intemporais ficam sempre bem. Nada de invenções. Uma T-shirt branca, uma sweatshirt cinzenta, sobretudo de boa qualidade e uns jeans slim escuros, e está tudo feito. Nem mais nem menos. Botas, claro. Também pode ser ténis. Mais simples é impossível.

2. Cuida bem da tua roupa interior
Deixa de ser descuidado, pá! A roupa interior é tão ou mais importante do que a roupa exterior. Roupa interior gasta e mal tratada é, pé, muito mau. Ninguém gosta disso. Respeita-te. Faz alta rotação da roupa interior e substitui-a regularmente. 18 meses e chega. Adeus. Boa? Roupa interior simples e discreta. Bonecada está out. Muito out. Comporta-te como um homem, veste-te como um homem.

3. Muda frequentemente de roupa
O quê, apresentar-se com a mesma roupa dias a fio? Estás louco? Vai rodando. Roupa e sapatos, sim? Sapatos de boa qualidade. Sempre.

4. Calça sapatos de qualidade
Aprendi uma coisa com a experiência: não vale a pena comprar sapatos baratos. Não vale mesmo. Os sapatos são um investimento. Ninguém, ninguém mesmo, deve comprar sapatos de qualidade inferior. Não duram nada e parecem muito mal ao fim de uns dias de uso. Andar com plásticos e borrachas nos pés é uma péssima ideia. Tornam-se rapidamente desconfortáveis e cheiram mal. Mais vale comprar um bom par de sapatos, daqueles de couro a sério, e dispensar quatro ou cinco pares de sapatos de qualidade inferior. Toda a gente agradece. Além disso, os sapatos são para mimar. Limpar, aplicar graxa daquela a sério, e puxar o brilho. Faz toda a diferença. Toda. Tenho dito.

Cem anos de moda de cabelo

Um video mostra as mudanças drásticas na forma como os homens se penteiam. Sim, nem sempre os homens se sentaram na cadeira do barbeiro e indicaram "curto atrás e dos lados". Uma equipa de malta da moda e do cabelo trabalhou afincadamente para nos trazer uma espécie de best of do cabelo masculino na última centena de anos. O resultado é brilhante. 

Contas para seguir no Instagram: lumbersexual

O estilo lumbersexual chegou à moda masculina no saudoso Inverno de 2014. E chegou muito bem. Barba e cabelo crescido, camisa de flanela, botas e calças gastas. Ar descontraído de quem não se importa e muito masculino. Assim é o lumbersexual. Para quem ainda não percebeu, o lumber é um lenhador, e a moda remete para as florestas dos Estados Unidos e do Canadá, berço do lumbersexual. E chegou às cidades. Sim, o lenhador vingou-se nas ruas das cidades. O lumbersexual está em todo o lado. E aqui também. No Instagram tem conta exclusiva. Vai uma visita? De machado às costas, claro.

Erros para evitar neste Inverno: as meias (ou a falta delas)

Na história recente da moda masculina tornou-se in andar sem meias. Não mais. Finish. Caput. Foi bom nos meses quentes, quando fazia algum sentido. O fresquinho andava ali pelos pés e sabia bem. Agora só não sabe bem como é totalmente piroso. O vento frio que virá por aí esgota qualquer argumento mais radical. Não mais mostrar os tornozelos, lembremo-nos. Adeus praia, brisa quente na praia alentejana, cálida temperatura da noite algarvis. Adeus, queridos sapatos de vela, o tempo é implacável convosco. Ainda me lembrarei de vós e dos meus nus tornozelos. E perguntam, como se conserta tal desconserto? Meias grossas. Meias grossas estão in, muito in. Meias gordas, espécie de ovelhas lãzudas nos pés. Meias coloridas, às riscas e bolinhas. Meias como devem ser as meias. Não mostramos os tornozelos mas mostramos as meias, e isso deve trazer algum consolo. Certo?

Na Bershka, 5,99 €